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quarta-feira, agosto 30, 2006

Plutão expulso do Olimpo... e da Suite "Os Planetas" ?... já é preciso ter azar...



Plutão, o Deus das Profundezas ou o Renovador, diz:


Já Planeta não sou!... À noite escura
meu nome vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! E ao esquecimento
me condena o grande Júpiter, lá da altura.

Conheço agora já quão vã figura,
em anos-luz, sonhei em louco intento.
Vénus!... Tivera algum merecimento,
se um raio teu, me enviasses, pura!

Eu me arrependo; a rocha já tão fria
brade em alto pregão, à Humanidade,
que a órbita de Apolo, fantástico, eu corria:

Outro asteróide sou... a Relatividade
errei!... Oh! Se me creste, sábia Astronomia,
rasga meus mapas, crê na Eternidade!

(Aspásia, com auxílio de Elmano Sadino)


Plutão visto da sua lua Caronte


Este mês de Agosto 2006 foi o último em que Plutão nos fez companhia na irmandade planetária, a que pertencia desde 1930, ano em que foi descoberto por Clyde Tombaugh.
O Deus das Profundezas desce agora, já com 76 anos (ainda um astromenino…) na hierarquia astronómica, de Planeta para Planeta-anão, ou seja, desce de Deus do Olimpo para simples Herói, ou ainda… de cavalo para burro, coitado!...

Também na Música, Plutão está contemplado na Suite “Os Planetas” de
Gustav Holst… mas não foi este compositor a integrá-lo na Suite, pois, quando a escreveu, em 1917, ainda Plutão não fôra descoberto e Holst morreu em 1934.
Foi por uma encomenda da Manchester Halle Orchestra que o compositor Colin Matthews adicionou musicalmente Plutão à Olímpica Corte, para um concerto no Manchester´s Bridgewater Hall em 11 de Maio de 2000. Em fundo, estamos a ouvir esta peça. Na altura, Colin Matthews disse:
“Eu tinha algumas dúvidas; estava a pôr a cabeça no cepo ao querer acrescentar algo a uma peça tão conhecida. Assim, pensei que não devia tentar imitar Holst, mas pensar em Plutão como uma peça minha, mas estranhamente, à medida que o trabalho avançava, mais me aproximava do estilo de Holst.
A única maneira possível era não fazer uma pausa após Neptuno, assim Plutão começa quase subliminarmente antes de Neptuno se extinguir. Mas depressa a minha peça toma uma identidade própria, apesar de, quando termina, parecer que Neptuno sempre esteve em fundo.”
Matthews disse que tinha a certeza que Holst nunca pensara em agregar Plutão à Suite, acerca da popularidade da qual, aliás, era bastante ambivalente, chegando ao ponto de, quando um fã lhe pedia um autógrafo, escrever no papelinho… “não dou autógrafos”.
A peça Pluto, the Renewer, foi dedicada por Matthews a Imogen, filha de Holst, falecida em 1984. “Suspeito que ela teria ficado simultaneamente divertida e aterrada com este meu cometimento.”



Plutão, o Renovador - Colin Matthews, 2000

Agora, quem deve estar algo aflito com medo que a sua peça seja “expulsa” de “Os Planetas”, é Colin Matthews. Afinal, o velho Holst, mesmo sem ser astrónomo, é que tinha razão…



A última esperança de Plutão, pelo cartoonista Bandeira.

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